O EMPRESÁRIO QUE FAZ TUDO NUNCA SERÁ EMPREENDEDOR
15/2011
Por: Antonio Braga
Nem todo empresário é empreendedor como muita gente pensa. Ambos querem realizar, mas as capacidades de realizações são diferentes. Enquanto o empresário comum quer realizar sozinho, o empreendedor realiza através de pessoas. Com certeza, o sucesso está com o empreendedor, que é consciente de que não se consegue sucesso individualmente.
Existe um ditado popular que diz “o olho do dono é que engorda o boi”, que é interpretado de modo diferente pelos dois tipos de empresários. Enquanto o empresário comum pensa que para engordar o boi é necessário ficar com ele o dia todo dentro do pasto, o empreendedor acompanha a evolução da boiada fora do cercado.
No campo dos negócios ocorre o mesmo. O empresário comum se orgulha de bater no peito e dizer que na sua empresa ele é o “faz tudo”. Se não estivesse lá dentro acompanhando tudo de perto ela fecharia. Esse tipo de empresário se ocupa com tudo, desde o caixa até o controle do cafezinho e material de limpeza. Têm subordinados na empresa, mas na sua concepção todos são incompetentes, principalmente os que exercem cargos de chefias, que não sabem tomar decisões.
Por outro lado, o empreendedor administra vários negócios ao mesmo tempo sem estar diretamente dentro de todos eles. Aliás, nem poderia, pois não é onipresente. Apenas coloca em prática com eficiência o conceito de administração – executar trabalho através das pessoas. Para isso, acredita na capacidade realizadora de seus colaboradores, delegando a eles as tarefas menos importantes, concentrando-se nas atividades mais importantes.
Gestores e líderes eficazes são conscientes de que o tempo é a matéria prima de quem administra e é igual para todo mundo. Não pode ser aumentado por ninguém. E a melhor maneira de administrá-lo é elegendo e executando as atividades prioritárias, repassando as tarefas rotineiras para outras pessoas.
Os empresários comuns acreditam que só eles são capazes de executar bem todas as atividades da empresa, considerando-se até insubstituíveis. Com isso, concentram suas energias em coisas pequenas, não conseguindo distinguir o que é importante ou não. Perdem muito tempo e desperdiçam as oportunidades que surgem a todo instante no mercado moderno.
Com certeza, o empresário que quer ser onipresente não pode crescer, pois nunca vai ter tempo de enxergar o que se passa fora da sua empresa. Estará sempre muito ocupado e o seu dia, por maior que seja, ainda será curto. É o tipo de pessoa que vive dizendo que trabalha que só burro de carga, mas não consegue realizar todas as suas tarefas, mesmo que seu dia tivesse mais de 24 horas. Fora isso, ainda ocupa parte do tempo nos consultórios médicos e hospitais para tentar amenizar o estresse do dia a dia.
Já o empreendedor é bem-sucedido porque se cerca de pessoas competentes e faz questão de delegar a elas as atividades que não conseguiria fazer sozinho, evitando se ocupar com coisas miúdas. Com isso, maximiza o seu precioso tempo e capacidade produtiva. Além do mais, quando tarefas são delegadas desenvolvem-se pessoas, aumentando o tempo de permanência dos colaboradores na empresa.
Entretanto, para ser bem-sucedido na delegação de tarefas devem-se escolher as pessoas certas para atribuir a elas as tarefas certas. Também são de suma importância a confiança, colaboração e paciência com os delegados, pois no começo nem todos vão demonstrar a mesma habilidade na execução das atividades de que estão sendo incumbidos.
Para que a delegação tenha êxito, deve-se ter muito cuidado com a comunicação, sendo claro e objetivo para que o delegado realmente entenda a tarefa. Outra coisa importante é o acompanhamento de maneira sutil, evitando uma atitude fiscalizadora e inibidora do desempenho do delegado.
Recife, 05/09/2011
