Fazer mais que a obrigação é o diferencial

FAZER MAIS QUE A OBRIGAÇÃO É O DIFERENCIAL

03/2012

Por: Antonio Braga

Andrew Carnegie (1835-1919) nasceu na Escócia, filho de família pobre, que emigrou para os Estados Unidos, quando ele era ainda menino, em busca de melhores condições. Começou a trabalhar aos 13 anos de idade como aprendiz de tecelão na Pensilvânia, sem tempo para estudar. Em seguida ingressou em uma empresa de estradas de ferro como operário, onde fez carreira, demitindo-se após alguns anos de trabalho para montar sua própria indústria de aço.

Carnegie foi um dos maiores industriais do capitalismo norte-americano, sendo conhecido como o Rei do Aço. Apesar de muito rico, pregava a justiça social e o exercício da filantropia, doando em vida a maior parte de suas riquezas para entidades de educação e de caridade.

Por ter começado como operário e chegado ao topo, Andrew Carnegie definiu como objetivo primordial de sua vida inspirar alguém a organizar uma filosofia de sucesso pessoal que pudesse tornar acessível a todos que a desejassem.

Como já estava com idade avançada, Carnegie reconhecia que esse serviço deveria ser executado por um jovem, com tempo e inclinação para passar uns 20 anos pesquisando as causas do fenômeno da realização individual. Chegou a entrevistar mais de 250 homens, que ele suspeitava pudessem ter essa capacidade.

Por ocasião da entrevista, relatava a sua história de sucesso e em seguida fazia duas perguntas aos candidatos:

1) Se lhe dou a oportunidade de organizar a primeira filosofia da realização individual que o mundo há de conhecer, e se o apresento a homens que podem e querem colaborar com você nesse trabalho (Thomas Edison, Henry Ford, Alexander Grahm Bell, Theodore Roosevelt etc.), você aceita esta oportunidade?

2) Estará disposto a dedicar 20 anos de sua vida a uma pesquisa sobre as causas do sucesso e do fracasso, sem remuneração financeira, ganhando sua própria vida enquanto vai pesquisando?

Depois de muitas entrevistas, sem encontrar a pessoa com essa disposição, teve a oportunidade de conhecer o jovem americano Napoleon Hill (1883-1970), jornalista de uma revista, que fora à residência do magnata exatamente para entrevistá-lo sobre o seu sucesso. Hill também foi de origem muito pobre. Na oportunidade, o Rei do Aço percebendo que talvez tenha encontrado a pessoa certa, fez a mesma proposta ao jovem jornalista. Será que Napoleon Hill aceitou? E por que ele topou o desafio?

Napoleon Hill tinha visão de futuro, pois percebera que teria muito a ganhar com esse trabalho. Entrevistaria e conheceria de perto algumas pessoas mais importantes do mundo, que sem a ajuda de Carnegie seria impossível. A pesquisa durou 25 anos, onde Hill entrevistou e analisou a vida de centenas de homens famosos, bem como milhares de pessoas comuns, publicando excelentes obras sobre os princípios que levam ao sucesso.

Têm como livros mais importantes A Lei do Triunfo (1928) e Pense e Enriqueça (1937), dentre outros. Com esse trabalho, Napoleon Hill tornou-se celebridade, assim como previra Carnegie, sendo um dos escritores mais importantes do mundo, alcançando também vários tipos de riqueza (material e valores impalpáveis). Até hoje seus livros vendem milhões de exemplares por ano no mundo todo. Só o Pense e Enriqueça já vendeu mais de 60 milhões de exemplares.

Dentre os princípios para o sucesso estudados e descritos por Napoleon Hill está “O Hábito de Caminhar um Quilômetro Extra”, que significa a prestação de mais e melhores serviços do que aquele para o qual somos pagos, realizando tais serviços com uma atitude mental positiva.

Quando se fala isso nas empresas, treinamentos, ou mesmo no convívio social, a reação de muita gente é que, na maioria dos casos, não há reconhecimento. Há quem diga até que patrões, chefes, amigos etc. passam a se aproveitar dos bobos e que “fazer sempre mais” vai virar obrigação. Infelizmente, isso é visão curta e desculpa de quem só quer fazer a obrigação e ainda assim ser reconhecido. Uma coisa é certa: se o patrão não reconhece, há em volta várias pessoas/empresas que reconhecerão e valorizarão.

Como disse Napoleon Hill, “Ninguém é obrigado a seguir ‘O Hábito de Caminhar um Quilômetro Extra’ e, raramente, alguém é requisitado a prestar mais serviços do que aqueles pelos quais está sendo pago. Portanto, se o hábito há de ser seguido, ele tem de ser adotado por iniciativa própria. E cada vez que o indivíduo procede assim, coloca o outro na obrigação de recompensá-lo”.

 

Recife, 23/02/2012

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