Quando patrões e funcionários não se entendem

QUANDO PATRÕES E FUNCIONÁRIOS NÃO SE ENTENDEM


21/2012
Por: Antônio Braga
Nas micro e pequenas empresas é bastante comum a existência de pensamentos opostos entre patrões e funcionários, dificultando as relações de trabalho, com perdas para ambas as partes.
De um lado, alguns patrões falam que funcionários só têm interesse no salário e direitos, nada fazendo além das obrigações. Do outro, muitos funcionários dizem que os patrões só se preocupam com os lucros, esquecendo-se de que eles também têm necessidades a serem satisfeitas e por isso são explorados.

Em face dessa divergência de pensamentos, muitas empresas não evoluem, chegando mesmo a saírem do mercado, por serem superadas pelos concorrentes mais profissionais. Isso acontece porque os profissionais competentes não se fixam em empresas com pensamentos pobres. Isso é coisa para funcionários medíocres, que enferrujam com tais empresas enquanto estivem com suas portas abertas.

A relação entre empresa e funcionários, para ser saudável, deve ser ganha-ganha. Do contrário, os colaboradores, mesmos os medíocres, vão torcer pelo insucesso do patrão. Enquanto estivem empregados na empresa, ficam reclamando e fazendo algo para que as coisas boas não aconteçam, sobretudo com os clientes, executando uma espécie de vingança silenciosa.

Duas palavras merecem atenção especial para o sucesso das relações empresariais: Empregabilidade e Empresabilidade.

Empregabilidade é a capacidade de o funcionário desenvolver competências para se manter empregável. Ou seja, em vez de estar atrás do mercado, este que o procura e paga bem pela sua competência e desempenho. Esse profissional está sempre alocado nas boas empresas.

Empresabildade é a capacidade de a empresa ter competência para manter bons profissionais no seu quadro de funcionários. São as empresas de sucesso.

Empresas que não estão preparadas para colocar em prática o conceito da empresabilidade, enquanto durarem no mercado, vão ter de se contentar com suas equipes de pangarés. O pior disso, é que deixam de empregar energia com tarefas produtivas para gastá-la falando mal de seus funcionários. E muitas vezes para os próprios clientes, na tentativa de justificar problemas causados a eles, antes de providenciarem a solução.

Constantemente ouço empresários dizerem que é difícil contratar funcionários competentes porque o mercado está inundado de pessoas sem qualificação. Discordo desse pensamento. Sou a favor de que tais gestores façam uma autoavaliação, verificando suas fortalezas e fraquezas no tocante a gestão empresarial e perfil empreendedor, de modo a fortalecer e/ou aprimorar as características necessárias.

Como exemplo, é comum o pequeno empresário ser o “faz tudo” dentro de suas empresas, justificando que se não for assim os negócios não andam. Será que isso é verdadeiro? Estão preparados para delegar tarefas? Será que na empresa não tem pessoas competentes e ávidas para serem desafiadas?

A verdade é que enquanto o empresário quiser exercer as funções estratégicas, táticas e operacionais ao mesmo tempo, desvalorizando as pessoas especializadas de cada setor/departamento, a empresa realmente não poderá ter um bom desempenho. A consequência será o antagonismo de pensamentos, com funcionários e patrões insatisfeitos, e clientes partindo para outra sem se despedir, deixando a briga caseira de lado, já que isso não é problema seu.

Recife, 29/11/2012

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