Recife, 14 de junho de 2008
Qual o profissional que não conhece essa famosa frase? Realmente não há pessoas insubstituíveis. Tanto é verdade que é comum encontrar-se nas empresas pessoas sentadas nas cadeiras daquelas que pensavam que eram eternas, e fazendo até melhor que elas. Entretanto, em alguns casos, a empresa é pega de surpresa, levando tempo para colocar o substituto certo no lugar certo.
Conheço muitas empresas com esse tipo de problema. Profissionais competentes que as deixam de uma hora para outra, as quais não prepararam sucessores e começam a correr contra o tempo para substituí-los. Aí, até encontrar a pessoa certa, passam por períodos de dificuldades, perdendo vendas e clientes.
Tenho acompanhado o dilema de um empresário que perdeu repentinamente um competente gerente de vendas, de muitos anos de empresa, e até agora não encontrou um sucessor à altura. Primeiro, promoveu uma prata da casa, que não correspondeu. Como critério, considerou principalmente a competência técnica. Com isso, perdeu um bom vendedor e ganhou um gerente fraco. Quando quis reverter a situação, o profissional preferiu exercer a função de vendedor em outra empresa concorrente.
Em seguida foi buscar um gerente no mercado, mas tem encontrado dificuldades, por estar fazendo um processo de escolha na base de tentativas. Tem errado mais do que acertado, pois já contratou vários gerentes e até agora não achou a pessoa certa.
Para piorar a situação, além de perder o gerente competente, ganhou também um concorrente experiente, já que este montou sua própria empresa no mesmo segmento. Por conhecer bem o ramo, mercado e principalmente os clientes, esse ex-funcionário está obtendo êxito como empresário. Inclusive tem tirado muitos clientes do antigo patrão, graças à sua grande capacidade de relacionamentos.
Para evitar surpresas, é fundamental que as empresas tenham no quadro de funcionários profissionais preparados para assumir funções de liderança. Mas, infelizmente, muitas se acomodam, tendo de agir com rapidez após as coisas acontecerem, o que nem sempre é fácil, pois não se faz um profissional com o perfil desejado da noite para o dia.
O bom empresário está sempre perguntando a si próprio: Quem serão os próximos líderes nessa empresa? Tenho pessoas preparadas para sucessões? Todos, líderes e liderados, estão satisfeitos com a empresa? Porque essas perguntas só podem ser respondidas com maior probabilidade de acerto quando se conhece muito bem os colaboradores da empresa.
Vejamos o que faz o empresário de sucesso para se diferenciar do empresário comum, não sendo pego de surpresa:
Tem visão global da empresa. Conhece todos os processos e adota um modelo de gestão onde há inter-relação nas atividades, facilitando o trabalho de todos.
Mantém um ambiente de trabalho saudável, primando pelos relacionamentos sadios e bem estruturados com clientes internos e externos.
Estimula o trabalho de equipe, delegando tarefas de acordo com a capacidade dos colaboradores, de modo a desenvolver novas lideranças na empresa.
Procura manter profissionais com elevado nível de competência técnica e emocional. Pessoas com o emocional baixo, mesmo sendo competentes tecnicamente, não são bem-vindas, pois terão dificuldades de relacionamentos.
Investe nos colaboradores, valorizando-os e reconhecendo méritos, dando oportunidade aos que realmente queiram crescer, evitando buscar profissionais no mercado para cargos de liderança.
Transmite bastante energia positiva através do entusiasmo, não permitindo que o baixo astral e a desmotivação penetrem no ambiente de trabalho.
Age com transparência, inspirando confiança e credibilidade, não deixando disseminar a politicagem, mas sim a política saudável, abrindo caminho para a ascensão dos colaboradores competentes na hierarquia da empresa.
Estimula a comunicação sadia, favorecendo a troca de informações entre líderes e liderados, para tomadas de decisões acertadas, tendo como conseqüência o sucesso dos clientes internos e externos.